Por Angel Manuel Rodríguez
Na passagem que você menciona, João vê sete anjos com sete trombetas e outro anjo queimando incenso no altar, adicionando a ele as orações dos santos e tirando fogo do incensário e lançando à Terra. O resultado são trovões, relâmpagos e um terremoto. Para compreender essa visão, examinaremos outras cenas do Apocalipse também relativas à teologia do santuário. Só então comentarei a visão e seu significado.
1. Cena do Santuário: As referências ao altar de incenso, o incensário, a queima de incenso e o anjo indicam que está acontecendo uma atividade de ritual no lugar santo do santuário celestial. As visões do Apocalipse são frequentemente apresentadas por uma cena no santuário celestial. Antes das mensagens para as sete igrejas, Jesus aparece vestido como sumo sacerdote no lugar santo (1:12-20). A cena do trono, que enfatiza o papel do Cordeiro (capítulos 4 e 5), apresenta os sete selos. As sete trombetas são apresentadas pela visão do altar de incenso (8:2-6). Antes da visão do conflito cósmico (capítulos 12–14), João vê o Lugar Santíssimo do santuário celestial e a arca da aliança, que contém o Decálogo (11:19). As sete pragas são precedidas pela visão de que terminaram os serviços no santuário (15:5-8). Nos últimos dois capítulos do livro (21 e 22), cresce o uso das imagens do santuário/templo. Deus desce para habitar permanentemente entre Seu povo na Nova Jerusalém.
2. Teor da Visão: A passagem mencionada por você apresenta as trombetas como uma visão distinta e a separa dos sete selos. Quando as trombetas começam a soar, Cristo ainda está intercedendo por nós no santuário celestial, ministrando no lugar santo. O fato de que queimar incenso no lugar santo era basicamente a responsabilidade do sumo sacerdote (Êx 30:7, 8) sugere que o anjo que João viu provavelmente representa Jesus como nosso mediador. Ele toma as orações dos santos, contaminadas pelo pecado, e as purifica com o incenso expiatório, a pureza de Cristo (cf. Nm 16:46, 47).
A passagem menciona outro aspecto da intercessão de Jesus: o julgamento de Deus contra este mundo ímpio. As brasas usadas para queimar o incenso, embora criem uma nuvem de fumaça que sobe para Deus, também simbolizam o julgamento (e.g., Gn 19:24). Algumas brasas foram removidas do altar de incenso e colocadas no incensário para que o ato de lançá-las à Terra fosse facilitado (cf. Ez 10:2). Trovões, relâmpagos e terremotos geralmente acontecem quando Deus manifesta Sua presença em julgamento (cf. Is 29:6). O período das trombetas é basicamente o tempo em que Cristo ainda realiza os serviços diários em favor de Seu povo e também o tempo em que os juízos de Deus caem contra os ímpios, o que ocorre dentro do fluxo da História. Ambos são mediados por Cristo.
A passagem menciona outro aspecto da intercessão de Jesus: o julgamento de Deus contra este mundo ímpio. As brasas usadas para queimar o incenso, embora criem uma nuvem de fumaça que sobe para Deus, também simbolizam o julgamento (e.g., Gn 19:24). Algumas brasas foram removidas do altar de incenso e colocadas no incensário para que o ato de lançá-las à Terra fosse facilitado (cf. Ez 10:2). Trovões, relâmpagos e terremotos geralmente acontecem quando Deus manifesta Sua presença em julgamento (cf. Is 29:6). O período das trombetas é basicamente o tempo em que Cristo ainda realiza os serviços diários em favor de Seu povo e também o tempo em que os juízos de Deus caem contra os ímpios, o que ocorre dentro do fluxo da História. Ambos são mediados por Cristo.
3. O Significado das Cenas do Santuário: Essas cenas do santuário foram intencionalmente colocadas onde estão no livro para comunicar a mensagem. Primeiro, revelam que Deus rege o mundo do Seu templo celeste. Esse centro do comando divino é para onde Cristo foi após Sua ascensão; é de lá que Deus influi e dirige a luta cósmica entre o bem e o mal em nosso planeta. Segundo, essas cenas apontam para dois aspectos do ministério celestial de Cristo: Sua obra reconciliatória diária e o serviço anual representado pelo Dia da Expiação. Vemos Jesus intercedendo por nós no lugar santo, mas também vemos o ápice do livro, quando Cristo passa para o Lugar Santíssimo e, no fim, para o momento em que Sua obra de sumo sacerdote termina. Finalmente, vemos o tabernáculo de Deus descendo do Céu para nosso planeta. O Apocalipse é um livro sobre o trabalho de Cristo no santuário celeste.
Angel Manuel Rodríguez é diretor do Instituto de Pesquisas Bíblicas da Associação Geral.