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A Mulher de Apocalipse 12

Um estudo cuidadoso das escrituras revela que o símbolo de uma esposa fiel e pura é empregado várias vezes para representar a verdadeira igreja de Deus na terra (Ver Jer. 6: 2; I I Cor. 11: 2; Gál. 4: 26; Apoc. 21: 2, 9; 22: 1 7 ) , ao passo que uma esposa infiel ou mulher impura significa uma igreja apostatada (Ver Oséias 1-3; Ezeq. 23; Apoc. 17).
Notemos os característicos desta mulher de Apocalipse 12:
1. Esta vestida do sol (Apoc. 12: 1 ). Já que o vestido representa o caráter do individuo (Isa. 64: 6; Zac. 3: 1-5; Apoc. 19: 8 ) , e Cristo é o "sol da justiça" (Mal. 4: 2; S. João 1: 4, 9; 8: 1 2 ), entende-se que a mulher está vestida do caráter glorioso de Cristo.
2. Tinha a lua debaixo de seus pés. A lua não tem luz própria, mas recebe-a do sol. Em comparação com a luz direta do sol, a da l u a é muito débil; mas à noite, quando não temos a luz do sol, a da lua é muito apreciada. Se o sol, de que a mulher está vestida, representa o caráter de Cristo, do qual depende a salvação dos pecadores, a lua deve representar algum meio que o reflete. Encontramos este reflexo nas Sagradas Escrituras : a "palavra dos profetas", que constitui uma lâmpada para os nossos pés e uma "luz" para o nosso caminho ( I S. Ped. 1: 19; Sal. 119: 105). Também se encontra indiscutivelmente nos ritos e símbolos do culto dos hebreus, que simbolizava o caráter e a obra salvadora de Jesus.
A lua debaixo de seus pés quer dizer que as profecias e os ritos e símbolos do culto hebreu constituem a base segura para os pés da mulher.
3. A coroa de doze estrelas representa, sem dúvida, os doze apóstolos de Jesus, que, por certo, ensinaram a justiça a muitos (Dan- 12: 3), bem como os que depois haviam de continuar a tarefa como dirigentes da igreja de Deus, sob a g u i a de Cristo e do Espírito Santo (Apoc 1: 20).
Limitar a mulher à igreja adventista hodierna não está de acordo com a descrição dada em Apoc. 12: 1-6, posto ser evidente que ela representa também a igreja israelita ao tempo do nascimento de Jesus. Temos de reconhecer que esta mulher representa a verdadeira igrej a de Deus na terra, desde o nascimento de Cristo até o fim. A semente da mulher representa em p r i m e i r o lugar a Cristo, a Semente prometida (Gên. 3: 15, última parte) que por fim havia de aniquilar "a antiga serpente, chamada o diabo, e Satanás" (Apoc. 12: 9). Segundo: representa a todos os filhos de Deus que vivem na terra e estão redimidos em virtude do sacrifício efetuado por nosso Salvador (Gên. 3: 15, primeira parte). Em Apocalipse 12: 17, o "resto da sua semente" ou, conforme a tradução de Figueiredo, os "outros seus filhos", representam os verdadeiros filhos de Deus que viverão na terra nos derradeiros dias, constituindo a última fase da história da gloriosa mulher de Apocalipse 12. A mulher representa a verdadeira igreja de Deus considerada como uma unidade, ao passo que a semente, as pessoas que a compõem.
É evidente que o astuto inimigo que tem estado em guerra contra a igreja de Deus, desde seu primeiro encontro com Eva no Jardim do Éden, reconhece esta identidade entre a mulher e a semente, pois a passagem de que nos ocupamos agora diz: "E o dragão irou-se contra a mulher, e foi fazer guerra ao resto da sua semente." Para ele, tanto "a mulher" como o "resto da sua semente" são inimigos.
Muito diferente é o caso da mulher caída, Babilônia, descrita em Apocalipse 17, que está em completa harmonia com a besta de cor escarlata (evidentemente, idêntica ao dragão vermelho de Apoc. 12).
Diz a sra. White: "O termo 'Babilônia' é derivado de 'Babel' e significa confusão. É empregado nas Escrituras para designar as várias formas de religião falsa ou apóstata. "— O Grande Conflito, pág. 381. "A mulher (Babilônia) descrita em Apocalipse 17... é Roma. " — Idem, pág. 382. Pela citação anterior entende-se que "Roma" aqui significa a igreja católica, romana.
Alguns afirmam que esta mulher representa a última fase de sua história, em que apostata da fé. Para refutar semelhante interpretação basta dizer-se que está em total desacordo com o quadro profético de Apoc. 12, que de princípio ao fim trata de uma só mulher pura, a igreja fiel.
A mulher impura, que se chama Babilônia e representa a igreja apóstata, é apresentada em Apoc. 17 e 18, cuja descrição é tão distinta da mulher de Apoc. 12, que é impossível haver confusão entre ambas.
Fonte: RA, abril de 1941.