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O Falso Profeta no Apocalipse

Por George McCready Price

A descrição bíblica do falso profeta, a besta de dois chifres, seria bastante surpreendente se significasse aplicar-se há muito no passado; mas como se aplica aos nossos tempos modernos, a descrição dada em Apocalipse 13:11-17 evidentemente significa algo para alarmar-nos. Esta criatura é retratada pela Inspiração como mais perigosa que qualquer poder precedente, mais perigosa porque mais sagazmente decepcionante. Ele é pintado como o mais consumado impostor e enganador de toda a história humana. A besta leopardo é descrita como blasfema e cruel; mas o falso profeta é mencionado como astuto e esperto, com a habilidade de produzir empolgantes maravilhas que parecem ser milagres reais com o propósito de induzir qualquer pessoa a cultuar a besta leopardo. A predição é a que ele atualmente consegue neste trabalho nefasto e consegue que todos menos uns poucos façam uma imagem viva e resfolegante da besta leopardo, e induz a todos os moradores da terra a adorar a primeira besta e sua imagem. Assim a ferida mortal está completamente curada. É por isto que esta besta leopardo nova é chamada de falso profeta.
Tudo isto é uma atividade religiosa; somente num sentido muito secundário pode ser considerado político. Um profeta de qualquer tipo, verdadeiro ou falso, é um oficial religioso, não civil. Por ser tão eficiente em sua carreira toda ao enganar e seduzir, esta criatura é na realidade uma das piores e mais perigosas em toda a profecia.
A quem é que ele está enganando? A última geração dos homens: os melhores educados, os mais inteligentes e sofisticados de toda a raça. De que é a última geração é comprovado pelo fato de que este falso profeta é descrito como sendo finalmente "lançados vivos" (com seu companheiro, a besta leopardo) no primeiro lago de fogo por ocasião do segundo advento de Cristo (Apoc. 19:20).
Vários sinais de identificação nos ajudam a decidir que esta besta de dois chifres, o falso profeta, deve simbolizar o protestantismo democrático do mundo Ocidental, mais tipicamente reconhecido nos Estados Unidos da América.
1º - O Tempo - Esta besta de dois chifres é descrita como se levantando depois da primeira carreira da besta leopardo ter terminado em 1798, isto é, começando no tempo quando a primeira besta recebeu sua ferida mortal. Como já explicamos antes, a perseguição parou mais ou menos vinte e cinco anos antes desta data. No sentido mais amplo, é a perda do poder de perseguir por "heresia" que constitui a pancada mortal ou ferida mortal.
2º - O Lugar - O relatório diz que esta nova besta não surgiu do mar, como o fizeram os símbolos precedentes, mas "emergiu da terra", (Apoc. 13:11). Todos os estudantes das profecias sabem que a origem do mar significa que os poderes mundiais precedentes se levantavam entre as partes densamente populosas do Velho Mundo pela guerra ou conquista. Em contraste, nós sabemos que a República Americana surgiu numa parte do mundo previamente desocupada por qualquer nação importante, e tornou-se um poder por métodos essencialmente diferentes dos de qualquer nação precedente. O único lugar onde um tal desenvolvimento seria possível seria no Mundo Novo.
3º - Fora do Território da Besta Leopardo - Não somente em sua origem, mas em sua carreira durante a maturidade a besta de dois chifres é descrita na profecia como diferente da primeira besta. O território da besta leopardo incluiria não somente a Europa Ocidental, mas também o México e todos os países da América do Sul. No sentido mais amplo a besta leopardo tomaria em todos os países da Igreja mais Estado onde quer que se encontrassem. A besta de dois chifres deve significar algo diverso. Isto aponta o protestantismo em religião e a América como a única nação preenchendo as condições.
4º - Sua Juventude - Suas características de cordeiro indicariam que era um poder jovem e de aparência gentil quando foi primeiro visto pelo profeta.

Estes quatro pontos positivamente identificam esse novo poder mundial, mas são feitos dos mais acanhados pontos de vista nacionais. Quando nós nos elevamos ao mais amplo, mais universal ponto de vista, outras marcas de identificação precisam ser consideradas.
1º - O Profeta Falso - Este nome indica que este novo poder é primeiro religioso, não meramente secular. Isto deve significar Protestantismo, pois esta é a única força religiosa importante no Novo Mundo à parte do Catolicismo. Mas deve ser uma forma apóstata e degenerada de Protestantismo, pois é um profeta falso. Prova a sua falsidade enganando o povo a fazer uma imagem viva e ativa da primeira besta. O modernismo, o evolucionismo, que tomou posse do Protestantismo tanto na Europa e na América é prova ampla da apostasia; mas este trabalho de enganar o mundo a adorar a besta leopardo é a prova externa de sua apostasia básica. O que alguém denominou a Americanização do Cristianismo é uma suficiente caracterização. Uma forte tendência de espiritismo também deve ser incluída.
2º - Um Dirigente Mundial - A profecia esclarece que este profeta deve ser um líder mundial genuíno, o poder preeminente político-religioso dos últimos dias. Sendo que as idéias são mais fortes do que o poder civil ou militar, o sonho americano sobre a liberdade e progresso, mais sua visão evolucionista de filosofia e religião, intoxicou e hipnotizou o mundo civilizado interno. A falsidade destes sonhos utópicos torna o nome de profeta falso apropriado.
3º - Dois Chifres Como de Cordeiro - O autor de O Grande Conflito diz que estes apresentam corretamente a liberdade civil e a liberdade religiosa que na prática real bem como na teoria foram incorporadas no caráter deste país desde seu começo, porque "estes princípios são o segredo de seu (América) poder e prosperidade" (GC 441). Mas por causa destes dois princípios celestiais, a nação que eles representam é "diferente das que são mostradas sob os símbolos precedentes" de Daniel e do Apocalipse (GC 439).
Portanto, por causa desta diferença intrínseca entre a América em sua ascensão e carreira inicial e as outras nações representadas pelos símbolos precedentes, resulta que em seus primeiros dias a América não pode ser qualificada como uma da série das sete cabeças, pois estas sete cabeças representam nações sob o controle de Satanás em seu trabalho de procurar dirigir o mundo. Somente em sua segunda fase, depois de abandonar estes dois princípios diretores e começar a falar "como um dragão", ela se torna como as outras, e portanto uma das da série das sete cabeças.
Mas embora haja muitos sinais de apostasia por toda parte, a mudança oficial dos chifres de cordeiro à voz de dragão ainda não ocorreu. Ainda está no futuro. Semelhantemente, o mistério da iniqüidade já estava operando nos dias de Paulo. Muitos dos sinais de apostasia eram visíveis no tempo do Concílio de Nicéia; muitos mais apareceram quando a Capital foi mudada para Constantinopla e o dragão desta maneira deu aos bispos seu trono e grande autoridade; mas a profecia não começa a dar a data da carreira da besta leopardo, a nº 5 das sete cabeças, até 538 A.D. Nem a besta de dais chifres começa a qualificar como uma das sete cabeças até que começa a agir como os outros fazendo guerra franca contra Deus e o povo de Deus.
Entrementes quase dois séculos se passavam. Sendo que a série de cabeças deve seguir uma à outra sem interrupção, a nº 6 deve estar reinando desde 1798, o tempo do fim, o período da ferida mortal. E este nº 6, como já vimos, deve ser a besta do abismo, que deu o golpe mortal ao nº 5 e presentemente está governando a metade do mundo com suas doutrinas e ideologia infiltrando e pervertendo todo o resto.
Nos primeiros dias do mundo a Bíblia se preocupou muito na substituição de uma nação por outra. Mas à vista do Céu o disseminar das idéias é muito mais importante do que a mudança de linhas divisórias nacionais. E desde que o trabalho de Deus e sua oposição têm ambos se tornado globais em extensão, as profecias dos últimos dias ignoram as distinções nacionais e lidam com a disseminação de doutrinas ou ideologias. Sendo que nos devemos treinar a pensar quanto ao mundo inteiro de nossos dias como estando dividido justamente em três grupos: o dragão, a besta leopardo, e o falso profeta. Esta divisão tríplice do mundo é repetidamente mencionada no Apocalipse e no Espírito de Profecia (veja O Grande Conflito, p. 588). Uma tal classificação tripartite do durante o tempo do fim tem que ignorar nacionalidades e com doutrinas e idéias.
Nesta base, o dragão (aqui usado como sinônimo da besta do abismo) seria maior e mais inclusive do que o comunismo Marxista, a besta leopardo incluiria mais do que a Igreja Romana, e o falso profeta deve ser maior do que os Estados Unidos, ou mesmo maior do que o Protestantismo apostatado.
Fundamentalmente, de fato, nós sabemos que todos os três são apenas agentes do diabo e todas as sete cabeças são as organizações humanas pelas quais ele operou em vários períodos da história humana. Nós estamos aqui considerando a situação bem perto do fim do tempo, depois da besta de dois chifres se tornar o falso profeta e se tornar o sétimo na série de cabeças. A profecia menciona especialmente sua esperteza em enganar a altamente educada e última geração de homens. Sendo que seus dois chifres de cordeiro "são o segredo de seu poder e prosperidade", nós somos obrigados a pensar deste poder de enganar como de alguma maneira ligado com estes dois chifres, ou por meio deles ou apesar deles. Mas nós somos levados a perguntar admirados como isto pode ser. De que maneira possível estes bondosos, tolerantes princípios de liberdade são usados para enganar o mundo à sua ruína eterna?
É fácil vermos porque o novo exemplo nacional da América se tornou popular através do mundo. A esperança da liberdade tem um apelo universal, e a prosperidade espetacular e o sucesso aqui vistos têm aceso a esperança de milhões incontáveis através dos oceanos do oriente e do ocidente. Quando a besta do abismo invocou o lema da liberdade civil e religiosa para abolir o Papado e assim infligir a ferida mortal, ele se sobrepujou, pois a Providência divina de tal maneira desacreditou universalmente a maldade e a intolerância que esta ferida ainda está viva, e aquelas agências simbolizadas pelo anticristo ainda estão impedidas de voltar a seu poder antigo de oprimir e destruir.
E quando este país mudar, com todo o mundo ainda seguindo, quando os chifres de cordeiro se mudarem na voz de dragão e o sonho americano se tornar num pesadelo, a falta não estará nos dois princípios de liberdade civil e religiosa. A falta estará na natureza humana caída, que quando abandonada a si mesma jamais na história inteira da raça foi capaz de enfrentar a prosperidade e a liberdade, mas sempre abusou e estragou as melhores dádivas de Deus.
Nós precisamos voltar aos primeiros princípios. Sendo que todos os poderes proféticos dos últimos dias – o dragão, a besta (ou anticristo), e o falso profeta – operam em escala global, como também faz a igreja verdadeira de Cristo com a qual estão em conflito mortal, eles são necessariamente grandes generalizações, isto é, cada símbolo deve representar o total de todas as influências e tendências pelas quais se mantém. Do ponto de vista de Deus isto é sempre o que estes símbolos significam. Não poderia ser de outra maneira. Nas profecias escriturísticas Ele experimentou representar estes totais como entidades objetivas completas, como pelo estilo de objetos do jardim da infância, para a instrução de Seu povo. A maioria das profecias de Daniel e do Apocalipse foram mostradas ao profeta por sinais objetivos, isto é, elas foram "significadas" ao profeta como é afirmado no primeiro verso do Apocalipse. Nós que vivemos nestes últimos dias e lemos estas profecias temos que interpretar, ou decifrar estes quadros simbólicos como melhor pudermos. Usualmente nós achamos que em seu sentido mais amplo eles transcendem as meras nações e representam as várias eras culturais e ideológicas da história do mundo. Isto é especialmente verdade de todos os símbolos que lidam com o tempo do fim.
Conseqüentemente não é difícil compreender porque alguns estudantes destes assuntos preferem pensar deste falso profeta como simbolizando a era democrática e científica em que o mundo está vivendo por mais de um século – em outras palavras, que ele representa o clima intelectual e cultural deste tempo do mundo em que nós agora estamos vivendo. Sem dúvida têm tido um ambiente predominantemente protestante. Das igrejas e universidades e centros de publicação da Alemanha, Inglaterra e da América tem radiado sobre a maioria do mundo. Mas com sua genuína luz dos céus têm também dado ao mundo um vinho fortemente intoxicante de "progresso mundial" com a plena implicação religiosa que o milênio tradicional será o próximo evento no programa mundial, o seguinte estágio na evolução humana. Este sempre é o ambiente para os movimentos modernos para a paz mundial.
Quando indivíduos particularmente entretêm idéias erradas a respeito do futuro do mundo, geralmente não sucede grande mal. Mas quando dirigentes de grupos influentes pensam que estão em companhia de Deus e ousam remodelar o mundo para mais perto do desejo de seu coração, em vez de seu céu artificial na terra eles geralmente sucedem em fazer um inferno na terra para seus oponentes. De todas as idéias estranhas que têm confundido a humanidade durante os séculos, nenhuma tem feito mais ruína e miséria do que compreensão falsa a respeito da vinda do Messias e o que Ele deve fazer. Que "recorde" de sangue e devastação que fizeram!
Estas idéias falsas causaram a crucifixão de Jesus e todos os horrores da destruição de Jerusalém sob os Romanos. Num certo sentido real eles puseram o fundamento da Igreja Católica, com suas Cruzadas, a Inquisição, suas guerras de religião, sua São Bartolomeu, suas dragonadas, e a revolta contra estes produziu o Terror Vermelho da Revolução Francesa. Todos os sonhos utópicos iluminados do passado e do presente são formas várias de idéias torcidas a respeito de um milênio vindouro, e a presente obsessão a respeito do desarmamento e paz mundial parte das mesmas noções enganosas.
Nos dias bem em nossa frente, quando todas as forças da terra conspirarem juntamente para produzir sua unidade enganadora e de compelir o povo de Deus a se conformarem com a maioria, terá a mesma teoria perversa a respeito do reino do Messias que irá impelir os perseguidores a seu ato final de guerrearem contra Deus na pessoa de Seus seguidores.
"Católicos, protestantes e mundanos juntamente aceitarão a forma de piedade, destituída de sua eficácia, e verão nesta aliança um grandioso movimento para a conversão do mundo, e o começo do milênio há tanto esperado." – GC, pp. 588, 589.
Mas que sorte para tão falsas esperanças e sonhos enganadores! A maior parte do mundo já acordou à evidente realidade de que esta é uma união vã; nem podem eles demorar até que o pregador desta visão será denunciado como um falso profeta. Mas sendo que esta visão sedutora tem sido em grande parte responsável pelo impedimento da cura da ferida mortal, a reação deste desengano pode bem ser a causa principal que trará finalmente a recuperação completa do anticristo.
O relatório da besta de dois chifres, o falso profeta, como é apresentada na última metade de Apocalipse 13, lida quase inteiramente com os milagres assustadores que ele opera e o caminho em que ele usa estas maravilhas para enganar o mundo. De minha parte eu nunca posso ler este registro sem pensar nas maravilhas científicas de nossos dias e da maneira em que estas produções científicas são constantemente usadas para apoiar teorias a respeito da origem do mundo e o começo da humanidade que são completamente contraditórias ao que é ensinado na Bíblia. Tem sido há muito o costume entre os estudantes desta profecia de adiar todas estas maravilhas ao futuro – depois de o falso profeta começar a falar como um dragão. Mas obviamente as decepções baseadas nestes milagres precedem a voz do dragão e ajudam materialmente a tornar esta voz eficiente. James White muitas vezes se queixava sobre alguns adventistas de seus dias que estavam mais interessados em verdades futuras do que em verdades presentes. Certamente uma das mais perigosas formas de decepção é a de estar completamente cego às advertências proféticas de Deus que se estão cumprindo todas ao nosso redor.
Existe de fato, o perigo de interpretar erroneamente as profecias de antemão. Mas neste caso, a não ser que nós entendamos estas profecias de antemão, elas não nos podem fazer bem, e nós podemos ser enganados por alguns dos astutos enganos do inimigo. E ainda também fomos avisados contra não interpretarmos algumas destas profecias de antemão.
"Devemos nós esperar até o cumprimento das profecias do fim antes de dizermos qualquer coisa a respeito delas? De que valor serão nossas palavras então? Devemos esperar até caírem os juízos de Deus sobre os transgressores antes de lhes dizer como podem evitá-los? Onde está a nossa fé na palavra de Deus? Devemos nós ver as coisas preditas ocorrerem antes de crermos no que Ele disse?" – Testimonies, vol. 9, p. 20.
É alto tempo para alguns adventistas despertarem à significação dos eventos que agora sucedem.
É evidente que a mudança da voz do cordeiro à voz do dragão não pode ser rápida. Embora rápidas mudanças sejam características de nosso século, parece razoável que as decepções praticadas por este falso profeta em preparar o caminho para a feitura da imagem da besta não pode ser dado no futuro.
Por que não deveriam considerar de ver a maioria deles já ocorrendo? E para a voz do dragão se tornar real, o povo do mundo já deve ter condicionada a sua mente para ouvi-la. O mundo profissionalmente se tornou democrático na totalidade. Isto se reflete na profecia, pois ela diz que o povo do mundo será informado "que eles devem fazer uma imagem a besta" (Apoc. 13:14). Obviamente, as decepções que preparam o caminho para esta ação fatal devem estar se desenvolvendo a nosso redor, e nós nos devíamos perguntar: Quais são elas? Estamos nós também sendo enganados por elas?
Nestas decepções que o tornam um falso profeta, isto é, um falso professor, pois a palavra original traz a idéia de ensino ou proclamação em vez de apenas uma predição.
Está claro que a profecia aqui coloca a ênfase nos aspectos religiosos deste poder mundial. A América Protestante pode ser o exemplo mais proeminente deste poder; mas o símbolo do falso profeta é melhor representado como significando o Protestantismo como um poder mundial, onde quer que seja encontrado ou onde quer que sua influência exista. Somente fazendo este falso profeta ser o Protestantismo moderno apostatado, antes de apenas os aspectos civis dos Estados Unidos, podemos nós dar na Austrália, na China, na Groenlândia, ou no Ceilão, qualquer sentido significativo a mensagem do terceiro anjo de Apocalipse 14. Este anjo, como o primeiro, deve ir a cada nação, e tribo e língua e povo; e esta advertência específica é contrária ao que o falso profeta está fazendo ou irá fazer. Sendo que a advertência é universal, o poder contra o qual a advertência é dirigida deve ser igualmente universal.
Ninguém se devia admirar pela citação em O Grande Conflito de que os dois chifres de cordeiro simbolizam a liberdade civil e religiosa. Estas duas idéias, ou princípios em grande parte diferenciam nosso século de todos os que o precederam. Nosso tempo Ocidental moderno como um todo, em vez dos Estados Unidos sozinhos, é o que nós vemos retratado aqui sob o símbolo da besta de dois chifres. Estes princípios tão bondosos, mansos, liberais e aparentemente inofensivos. Durante os quase dois séculos de sua promulgação da América ao resto do mundo, eles podem salientar um relatório maravilhoso de consecuções. O conhecimento em todas as linhas aumentou assustadoramente como a profecia de Daniel predisse (Dan. 12:4) não somente o abrir dos mistérios da natureza, mas o preparo de suas reservas para o melhoramento da sorte do homem, como Bacon costumava se exprimir, deve ser creditado a estes dois princípios da liberdade, a permissão de pensar e de fazer. A execução da ferida mortal à superstição (ou carolice) e tirania também tem que ser postas a seu crédito. Provavelmente quase tudo o que distingue este período do tempo do fim de tudo o que ocorreu antes deve ser creditado, sob a divina Providência, ao resultado prático destes dois ideais dinâmicos, a liberdade de consciência e determinismo próprio no Governo.
O propósito de nosso tempo moderno, a Revolução Francesa, foi visivelmente inócuo e bom em seus começos e fases anteriores. Seu alvo foi o de restaurar os direitos do homem e continha uma declaração desses direitos em forma escrita, altamente esquecida de quão levemente qualquer declarações abstratas de princípios verdadeiros formam ou até influenciam materialmente a conduta humana. Com estes direitos da liberdade civil e religiosa em declarações concretas, por que estes materialistas utópicos e ateus não foram bem sucedidos em constituir seus sonhos em realidade?
Aliás, eles foram humanos, muito humanos demais. E o material às mãos com que os líderes tinham que trabalhar ao construírem seu novo mundo ideal – a plebe ignorante de Paris e de outras grandes cidades – também foram muito humanos, e por séculos tinham sido detidos na superstição e na ignorância. E todos igualmente – dirigentes e seguidores – ficaram tão intoxicados com sua liberdade desacostumada que eles interpretaram liberdade como licença, totalmente ignorantes desta "única e grande verdade: que a genuína liberdade reside dentro das prescrições (limites definidos)  da lei de Deus." GC, pág. 285.
Estas duas liberdades lhes deram poder de fazer como queriam, mas oportunidade de fazer como alguém quer é bom somente se os que têm este poder gostam de fazer o bem. E a gentalha do Terror Vermelho não era nem boa nem prudente. Eles não somente estabeleceram um governo sem religião, mas foram ao extremo fanático de fazer guerra aberta a todas as religiões, procurando declarar fora da lei tudo que fosse sagrado ou divino. "A lei de Deus foi abertamente posta de lado pelo Conselho Nacional. E no reinado do Terror que se seguiu, todos puderam ver a operação de causa e efeito." Ibid., pp. 285, 286.
De uma maneira mais polida e camuflada uma guerra similar contra a Bíblia pode ser vista hoje na apostasia anti-Gênesis, que se tem espalhado em todo o mundo nos últimos dois séculos.
Em nosso mundo moderno, porém, nós estamos apenas nos estágios iniciais da revolução. Nós estamos testemunhando em toda a parte o maravilhoso resultado material destas duas liberdades. Estes resultados espetaculares têm, de fato, sido marcados e planejados pela divina Providência para o propósito de assistir na disseminação da última mensagem de misericórdia de Deus. Eles estão conseguindo este resultado de uma maneira espetacular, mas eles têm sido tomados e explorados pelo pai da mentira de fazê-los parecer como desenvolvimentos humanos. Os resultados encantadores, intoxicantes desta doutrina de progresso mundial, como ocorreram no século dezenove passado e no novo século vinte, são claramente e expressamente afirmados na profecia como enganando "os que habitam sobre a terra por causa dos sinais que lhe foi dado executar." (Apoc. 13:14). Provavelmente o que nós temos visto pode ser pouco mais do que o começo.
Ninguém precisa ser relembrado que já existe um lado de débito para a conta dos dois chifres. A liberdade e o conhecimento não são intrinsecamente regeneradores ou mesmo necessariamente bons. São apenas formas de poder pessoal. Alfredo o Grande, rei da Inglaterra, disse há mil anos atrás: "O poder jamais é bom a não ser que seja bom quem o tem". Sendo que a maioria da humanidade é rebelde contra seu Criador e persiste em permanecer rebeldes, um aumento de seu poder pode resultar somente num aumento de sua rebelião. As plebes de Paris de 1793 deu uma curta recapitulação dos resultados naturais; outra mais extensa demonstração dos resultados da liberdade nas mãos de turbas dirigidas por Satanás começou na Rússia depois de 1917. E os preparos para o ato final mesmo estão se formando na rápida desintegração e desmoralização do único exemplo conspícuo de governo democrático que jamais foi capaz de durar mais de um século. A tirania dos autocratas muitas vezes se viu, e certamente é suficientemente mau. Mas nenhum terror pode igualar-se ao da anarquia histórica e frenética, a liberdade transformada em licença.
A visível aproximação desta besta do abismo é mencionada em Apocalipse 17:8, onde a antecipação de precisamente tal estado de negócios é descrito como levando todo o mundo a se admirar, porque eles compreendem que a besta de intolerância e opressão "foi, não é, mas está vindo" (Moffat). E o avanço glacial deste horror de psicologia da plebe e de histeria de massa em escala nacional e internacional auxilia grandemente em fazer com que muitas pessoas pensadoras tenham tolerância a favor de um governo forte, e autoritariamente centralizado, como a Igreja Católica, de acordo com a observação do arguto Francez que declarou que ele antes queria ser devorado por um leão de que por mil ratos.
Quando o capricho da plebe não reconhecer um Criador no alto e nenhum código do Sinai como um guia moral, mas somente o dogma de Rousseau-Darwin que o homem é um animal em desenvolvimento e se tornará bom se lhe for dada apenas oportunidade e estiver livre de toda a restrição; e quando todas as questões, tanto civis e religiosas, devem ser decididas por conselho pelo voto da maioria, sob o encantamento hipnótico de aspectos demagogos, como pode o resultado deixar de seguir como está declarado na profecia, "Ele falou como um dragão" (Apocalipse 13:11)?
Nos mais amplos aspectos do caso, como já foi dito, este falso profeta simboliza aqueles sonhos utópicos de um século atrás que, por darem a todos a liberdade de viver como deseja, todos os problemas da humanidade estariam resolvidos. Obviamente, esta foi uma sugestão do pai das mentiras; mas soava como um novo evangelho ao povo do tempo de Vitória, tanto na América como na Europa. A completa liberdade religiosa infligiu a ferida mortal à intolerância, e a completa democracia quando estabelecida em toda a parte traria, diziam eles, automaticamente a era longamente esperada da irmandade do homem e a federação do mundo. A nova república Americana, e em sentido menor os domínios ultra-marinhos ingleses, pareciam ser provas objetivas desta visão vã de progresso mundial inerente. Mas este falso evangelho do profeta dos dois chifres se espalhou rapidamente sobre o resto do mundo. Duas guerras mundiais, com uma terceira ameaçando, e bombas atômicas e de hidrogênio e mísseis guiados como armas, ainda não curaram este louco fanatismo.
O poder fatalmente sedativo e enganador de todo o ambiente moderno em que somos obrigados a viver é vivamente citado pela mensageira do Senhor: "O poder de Satanás de agora tentar e enganar é dez vezes maior do que foi nos dias dos apóstolos". – Spiritual Gifts, vol. 2. p. 277.
Isto significa que o poder enganador do falso profeta é dez vezes tão forte e eficiente como foi o poder do dragão romano. E isto ajuda a explicar porque o trabalho do falso profeta tem sido reservado como o último no programa divino. Sob este falso profeta Satanás está fazendo seu máximo; o Senhor lhe permite fazer tudo o que ele puder. Quando a carreira deste último enganador estiver completa, a provação humana terá terminado, pois o diabo não tem mais engano para experimentar. Ele então terá feito o seu pior.
Mas este sonho utópico serviu ao propósito útil de dar à verdadeira igreja de Cristo um descanso da perseguição. Durante esse período da ferida mortal a igreja tem uma oportunidade de levar o evangelho do breve advento do reino a todo o mundo, como o Mestre predisse a muito. (Mateus 24:14).
Falsas doutrinas sobre qualquer assunto jamais são inofensivas. Num mundo de pecado e pecadores, mesmo tão inofensivas idéias como a liberdade religiosa e civil podem ser pervertidos em agências do mal. No Éden o fruto da árvore do conhecimento não foi proibido porque era venenoso para o corpo, mas porque qualquer conhecimento adquirido contra uma ordem de Deus tornar-se-ia certamente venenoso para a alma. Quando Ló armou sua tenda em Sodoma, ele tinha duas ambições; ele planejou melhores oportunidades sociais e intelectuais para si e sua família. Mas a liberdade e as oportunidades culturais, como o poder mencionado pelo Rei Alfredo o Grande, são apenas bons quando aqueles que o possuem são bons. As condições que Ló achou em Sodoma eram apenas aquelas que todos desejam conseguir: "Soberba, fartura de pão e próspera tranqüilidade" (Ezequiel 16:49).
Uma das últimas lições que o Criador planeja demonstrar diante do mundo e do universo vislumbrante é que liberdade absoluta e visão ampla de oportunidades não são bênçãos isentas de males para seres humanos não regenerados. O homem  de si mesmo não tem poder de cura do orgulho ou egoísmo ou pecado. Carlyle atribuía a origem do mundo democrático moderno à invenção da imprensa; e até certo ponto ele tinha razão. A imprensa e todas as subseqüentes maravilhas modernas que habilitam os homens a comunicar-se uns com os outros ao redor do mundo rapidamente, levando o conhecimento ao alcance de todos, como um cumprimento da predição de Daniel (Daniel 12:4), são o resultado da liberdade de pensar e de fazer. No planejamento da sabedoria divina eles eram essenciais para preparar o mundo para a proclamação final do evangelho justamente antes da volta do Rei dos reis e Senhor dos senhores.
Mas como todas as dádivas de Deus, elas podem ser abusadas e usadas para o mal. Uma das últimas lições da história humana, como uma eterna exibição diante do universo inteligente é que estes dois chifres de cordeiro se tornarão armas usadas pelo falso profeta para a decepção e sedução do gênero humano na crise final da história humana, o Armagedom do gênero humano contra o Todo-poderoso.
Apenas um ponto mais. A última parte de Apocalipse 13 trata das decepções hábeis do falso profeta, pelas quais ele engana os habitantes da terra a fazer o mal contra a vontade de Deus, e assim provoca a crise final para todo o mundo. Como já dissemos, as pessoas assim enganadas são a última geração do gênero humano, obviamente a mais sofisticada e mais cientificamente educada em toda a longa linha da humanidade – uma situação surpreendente.
Somente um embuste de decepção é mencionado: Ele fará fogo cair dos céus à vista dos homens, isto é, em público. Muitos pensaram disto como semelhante a operação de Elias no Monte Carmelo. Mas o texto não diz que ele prepara para isto uma prova; simplesmente declara que ele faz isto de maneira pública, e depois apela para este trabalho que ele fez como prova de seu poder miraculoso. E o relatório parece incluir que este ato é apenas um de vários ou semelhantes caracteres e para propósito similar. Atos estupendos são a característica deste falso profeta.
E a Bíblia fala deles não como meros enganos ou imposturas, mas como sinais e maravilhas genuínos, ou "milagres" como diz a King James Version.
Mas o que é um milagre? Provavelmente nós devíamos dizer que tudo o que Deus faz é "natural", ou de acordo com todas as suas leis básicas para o universo. Mas do nosso ponto de vista humano limitado, milhares de eventos que são comuns para nós, como raios X, rádio, ou mísseis guiados, pareceriam como milagres genuínos a nossos anos. Nossas mentes são constituídas que quando mesmo o evento mais admirável é repetido por algumas vezes, embora, nenhum homem de ciência possa dar explanação sensível, nós somos inclinados a classificá-los como sendo apenas da "lei natural", e não muito maravilhosos de fato. Quase todo e evento científico moderno seria um "milagre" para nós se ele ocorresse unicamente uma vez, ou se o víssemos pela primeira vez.
Benjamin Franklin é apresentado como aquele que com seu papagaio numa tempestade ensinava o mundo como amansar os raios. Mas nenhum cientista moderno soube o que é a eletricidade, ou como a luz e outras radiações são transmitidas, ou o porquê da gravitação. Willis R. Whitney, durante anos encarregado dos trabalhos de pesquisa da General Electric, disse: "Os melhores cientistas têm que reconhecer que eles são apenas indivíduos de Kindergarten (jardim de infância) brincando com mistérios nossos antepassados foram, e nossos descendentes se vão".
Possivelmente aqueles de vocês que têm lido as páginas precedentes atenciosamente já terão entendido meu ponto de vista com respeito a esses milagres do falso profeta. E eu estou certo que quando estas duas bombas lançadas sobre as cidades do Japão no verão de 1945, muitos adventistas em toda a parte do mundo imediatamente pensavam neste texto de fazer fogo cair dos céus à vista dos homens.
E porque não? Nós estamos certamente vivendo no tempo do fim. E a Bíblia torna bem claro que o poder dominante no mundo (do ponto de vista profético) durante este período do tempo do fim é a besta de dois chifres, aliás o falso profeta. Nós olhamos ao redor de nós no mundo hoje e vemos a civilização ocidental de nosso tempo, dirigido pela América, que parece ser o cumprimento da profecia. E as execuções científicas espetaculares de nossos dias se enquadram perfeitamente no quadro, sempre que possamos afastar o encanto hipnótico profano que estas execuções lançavam sobre nossas mentes e acordamos frente ao fato solene e terrível de que os resultados deles todos estão na direção errada, para longe de Deus e Sua verdade. De fato, se qualquer dos meus leitores persiste em pensar que as teorias imperantes em biologia, em geologia, em física atômica são factuais (reais) ou em harmonia com os princípios básicos da cristandade, eu não tenho mais nada a dizer.
Mas se, como eu creio, o pensamento científico dominante de nosso tempo tende na direção errada, nós compreendemos que estamos testemunhando outro cumprimento. Há quase três quartos de século Ellen G. White escreveu:
"Assim a falsa ciência da atualidade que mina a fé nas Escrituras Sagradas, mostrar-se-á tão bem-sucedida no preparar o caminho para a aceitação do papado com seu formalismo aprazível, como o fez a retenção do saber ao abrir o caminho para o seu engrandecimento na Idade Média". – O Grande Conflito, p. 573. .
E nós podemos ver agora ainda mais como os prodígios maravilhosos, ou "milagres" executados pelo falso profeta vão vagarosamente mas certamente enganando os habitantes da terra e levando-os a adorar a primeira besta, cuja ferida mortal está sarando.