No capítulo do Apocalipse a respeito das Duas Testemunhas, que nós estudamos rapidamente, um ataque especial sobre a Bíblia é mencionado, que foi admiravelmente cumprido no tempo da Revolução Francesa.
Em Apocalipse 11:7, A.R.V., nós lemos: "E quando eles tiverem terminado seu testemunho, a besta que vem do abismo fará guerra com eles e os vencerá, e os matará".
Isto significa que quando eles tiverem terminado e estiverem terminando seu testemunho "em saco" (veja O Grande Conflito, p. 268), o que seria pelo fim do período de 1260 anos, uma violenta campanha seria movida contra as Escrituras Sagradas. Todo o estudante da história sabe que precisamente uma tal luta mortal ocorreu por ocasião da Revolução Francesa. Várias cerimônias públicas foram feitas para acumular desgraça e desprezo sobre todas as religiões, especialmente sobre as Sagradas Escrituras. Seria difícil para a ingenuidade pensar algum novo método de vergonha e desgraça contra a Bíblia que não foi praticado durante este período insano. E nós precisamos lembrar que para o século precedente ou antes a França se orgulhara de ser a mais culta e educada nação do globo.
As sutis influências que prepararam o caminho para esta erupção de ódio contra tudo que era sagrado ou divino são dados no capítulo 15 de O Grande Conflito, pp. 265-288. Somente um curto sumário pode ser dado aqui. Esta explosão nacional , com muitos ecos internacionais, foi a culminância de uma longa série de eventos em que Roma imprimiu as Duas Testemunhas de Deus, as Sagradas Escrituras. Mas esta Revolução foi permitida ocorrer como um terrível exemplo, um tipo, uma visão prévia, de que todo o mundo experimentará como um resultado da moderna guerra anti-Gênesis contra a Bíblia, sob a influência da filosofia moderna da evolução.
Nós fomos advertidos: "... A disseminação de âmbito mundial dos mesmos ensinos que levaram à Revolução Francesa - todos estão tendendo a envolver o mundo inteiro em uma luta semelhante a esta que convulsionou a França". – Educação, p.228.
O trabalho da Reforma começou cedo na França. Ela começou entre os professores educados na Universidade de Paris e entre os membros cultos da corte real. Mas naquele tempo do mundo ninguém jamais tivera um vislumbre da idéia da completa separação da igreja e do estado; portanto aqueles que avaliavam a Bíblia e desejavam ver seus ensinos executados não viam outro meio que o método político e militar para conseguir executá-lo. Portanto, por séculos o conflito prosseguiu, decretos legais e exército foram empregados por ambos os lados, às vezes os Reformadores e às vezes os Papistas foram bem sucedidos. Finalmente pelo horrível massacre de São Bartolomeu e pelo mais perverso sistema bem sucedido dos dragões, pelo qual uma soldadesca licenciosa e acelerados foram aquartelados nos lares dos huguenotes, os protestantes foram finalmente expulsos no exílio ou exterminados; e uma paralisia cultural e econômica medonha baixou sobre a nação.
Sendo que o rei determinara regularizar as vidas de todos, ele naturalmente tinha que cuidar das classes pobres. Finalmente Paris continha tantos mendigos e uma tão grande proporção da população vivia das dádivas do governo, que a cidade foi comparada a uma monstruosa casa de mendigos. Ignorantes, supersticiosos, sem tostão, sem trabalho útil para ocupar seu tempo, a plebe de Paris tornou-se a arma pela qual os demagogos podia, em pouco tempo, decretar um excitamento frenético e dirigi-los a um comportamento louco e histérico, controlado por demônios e tendente à supressão e ruína dos dirigentes na igreja e no estado, aos quais olharam como os causantes de sua miséria.
Somente alguns anos antes as colônias americanas haviam declarado sua independência, e as loucas plebes de Paris foram incendiadas pelos ecos do outro lado do Atlântico para experimentar uma liberdade democrática semelhante. Mas eles não sabiam como fazê-lo. Os americanos, com um fundo intensamente de mentalidade protestante, conseguiram seus alvos sem desordem nem luta ruinosa; mas os jacobinos, com uma base pior do que o paganismo, pôs ao mundo um exemplo do que os seres humanos são capazes de fazer quando lançam de si todas as restrições e se põe sob o controle completo dos demônios do abismo sem fundo.
É verdade que, em sua forma desorganizada e esporádica, o ateísmo, a descrença sempre existiu. Mas em 1793 ele foi organizado e controlou uma das nações líderes da Europa, e com zelo fanático se dispôs a subjugar ou ao menos lançar sua propaganda em todo o resto do mundo. Nesta forma e maneira particular seus dias foram breves. Em 1848, na forma de comunismo marxista, parecia que alcançara o ponto de alcançar o poder outra vez. Então em 1917 capturou a Rússia, e um pouco depois a China; e destes centros têm se espalhado sobre mais da metade da população do mundo.
Esta é a sua forma organizada, ou nacional. Mas nós não devemos esquecer que cada colégio ou universidade pela Europa e na América, cada jornal, e toda a fonte de publicidade ou entretenimento tem, por mais de duas gerações, estado empenhado e uma campanha mais sutil mas não menos eficiente contra a doutrina bíblica da criação, e portanto contra toda as demais verdades da religião revelada, da qual a criação é o fundamento lógico e indispensável. Este é o método de infiltração da besta, sua quinta coluna. Entre todos os povos chamados "livres" do Mundo Ocidental, a filosofia de desenvolvimento ou evolução, durante mil milhões de anos, é quase universalmente ensinado e crido, com os seus corolários, que o homem exerceu de algum animal ancestral mais baixo, em vez de ter sido criado sem pecado e sem tendências para o mal. Seguindo logicamente a teoria da evolução está a conclusão de que não é a falta do homem, mas seu infortúnio ser ele um pecador e sujeito à enfermidade e à morte; portanto se algum ser é responsável pelo mal e a miséria do mundo deve ser Deus mesmo, que fez a raça humana por este processo estranho de desenvolvimento de animais ancestrais pela sobrevivência do mais forte e mais cruel.
Tais são as idéias radicalmente mudadas a respeito de Deus e todas as fundamentais de ética e religião que agora se tornaram quase universais. De fato, grande numero de homens e mulheres mais lógicos recusam-se a crer que um Criador onisciente e misericordioso podia jamais fazer o mundo por um processo tão covarde e tão mal feito; e assim eles se voltam para o ponto de vista panteísta, que, como Se Cante exprimiu, "o que nós chamamos mal não é um fenômeno único confinado ao homem, e o resultado de um acidente (a "queda" de Adão), mas deve ser um grande fato que penetra toda a natureza, e uma parte de sua própria constituição. Este panteísmo pessimista é provavelmente a forma de filosofia mais amplamente mantida no tempo presente. O universo, de acordo com ele, é a única deidade; ele é intrinsecamente mau. Esta é uma maneira de pensar escassamente distinguível do paganismo da Grécia e de Roma.
Nenhuma pessoa informada pode negar que esta mais polida, moderna, forma de infidelidade é hoje quase geral na América e na Europa. E isto pode ser o que a profecia significa dizendo que a besta novamente ascendera do poço sem fundo, ou do abismo.
O Grande Conflito, nas páginas 268 e 269, explica as expressões semelhantes em Apocalipse 11:7 como significando a "nova manifestação do poder satânico" que apareceu na Revolução Francesa, e nós sabemos que isto era um aparecimento preliminar do que nós agora vemos na Rússia e na China como comunismo Marxista. Este comunismo, porém, é apenas uma forma mais rude da apostasia anti-Gênesis tão generalizado na América e na Europa Ocidental. Nesta base, a americanização da religião através do mundo Ocidental é apenas uma forma variante do comunismo da China e da Rússia. Na luz da verdade celestial estes dois sistemas são essencialmente gêmeos. Nós sabemos também que o comunismo historicamente pode ser traçado lá através da Revolução Francesa a uma perversão humana dos "dois chifres" da liberdade civil e religiosa que estava na fundação da América.
E tudo isto, ou o clima intelectual mundano total de nossos dias, pode ser o cumprimento proléptico, ou preliminar, de Apocalipse 17:8, que a besta estava por ascender do poço sem fundo, ou abismo. Mas eu penso ser mais provável que esta predição aponta à frente ao tempo terrível de caos social e anarquia que certamente terá lugar no fim da provação humana. Então Satanás aparecerá pessoalmente. Então a graça e a misericórdia terão feito seu último apelo, e a raça inteira do gênero humano será abandonada por Deus ao dirigente rebelde a quem eles escolheram. Este tempo de aflição para todo o mundo, "qual nunca houve desde que houve nação até aquele tempo" (Daniel 12:1), é vividamente descrito como segue:
"Naquele tempo terrível os justos devem viver à vista de um Deus santo, sem intercessor. Removeu-se a restrição que estivera sobre os ímpios, e Satanás tem domínio completo sobre os que finalmente se encontram impenitentes. Terminou a longanimidade de Deus: O mundo rejeitou a Sua misericórdia, desprezou-Lhe o amor, pisando Sua lei. Os ímpios passaram os limites de seu tempo de graça; o Espírito de Deus, persistentemente resistido, foi, por fim, retirado. Desabrigados da graça divina, não têm proteção contra o maligno. Satanás mergulhará então os habitantes da Terra em uma grande angústia final. Ao cessarem os anjos de Deus de conter os ventos impetuosos das paixões humanas, ficarão às soltas todos os elementos de contenda. O mundo inteiro se envolverá em ruína mais terrível do que a que sobreveio a Jerusalém na antiguidade" – O Grande Conflito, p. 614.
O mesmo autor dá um outro quadro deste tempo quando a besta do abismo tiver controle completo:
"Ao mesmo tempo a anarquia procura varrer todas as leis, não somente as divinas mas também as humanas. A centralização da riqueza e poder; vastas coligações para enriquecerem os poucos que nelas tomam parte, a expensas de muitos; as combinações entre as classes pobres para a defesa de seus interesses e reclamos, o espírito de desassossego, tumulto e matança; a disseminação mundial dos mesmos ensinos que ocasionaram a Revolução Francesa - tudo propende a envolver o mundo inteiro em uma luta semelhante àquela que convulsionou a França" – Educação, p. 228.
Finalmente temos as declarações importantes na última metade do Apocalipse 17, a respeito dos dez reinos concordando em dar seu poder à besta – obviamente a mesma besta que fora mencionada anteriormente. No verso 8 o intérprete angelical diz ao apóstolo que é "a besta que viste" da qual ele está falando, não uma inteiramente diferente. Em outras palavras, é a mesma besta poderosa através de todo este capítulo, justamente aspectos diferentes da mesma organização controlada diabolicamente, aparecendo em tempos diferentes ou ocasiões diferentes.
O termo "poço sem fundo" ou "abismo" é usado como uma figura retórica para representar o lugar dos demônios. Esta besta vem diretamente da sede dos espíritos maus e representa inteiramente a causa de Satanás. Assim é inteiramente má, a própria quinta essência da rebelião contra Deus e tudo o que o governo de Deus representa.
Esta explanação também se adapta seu uso em Apocalipse 11:7, onde significa a forma anarquista de perversidade ilimitada solta no tempo do Terror Vermelho da Revolução Francesa. Outra vez no próprio fim do tempo o mesmo espírito de mal ilimitado prevalecerá outra vez, pois anjos maus então terão controle completo dos impenitentes finais.
Exatamente as mesmas condições prevalecerão no tempo mencionado em Apocalipse 17:8, depois da ferida mortal ter prevalecido por perto de dois séculos. Como já aprendemos, este período é bem no fim real do tempo do fim, e o povo de todos os países civilizados tem-se acostumado à liberdade civil e religiosa, que eles pensam que estas condições devem continuar sempre. Portanto quando a besta do despotismo e intolerância aparecer outra vez será quase como se ela se tivesse levantado dos mortos. Ele parece vir do poço sem fundo, o abismo, pois este termo também é usado para representar a condição dos mortos.
Então o anjo explica a respeito dos dez reis, ou reinos. Ao mesmo tempo a respeito do qual o anjo estava fazendo sua explicação ao apóstolo, que já aprendemos significa nosso próprio tempo, o tempo do fim, o anjo diz que estes dez reis os quais ainda não receberam reino; mas recebem autoridade como reis, com a besta, durante uma hora". (Apocalipse 17:12.) E o anjo continua dizendo que estes dez poderes mundanos dos últimos dias terão "um só pensamento, e oferecem à besta o poder e a autoridade que possuem" (v. 13) . O verso 17 diz que estes dez poderes "concordarão", e "dêem a besta o reino que possuem, até que se cumpram as palavras de Deus".
Muitos pensavam que tudo isto se refere ao passado, durante a Idade Escura, quando Roma compeliu todos os reis da Europa ocidental de fazer o seu mandado. Uriah Smith ensinou assim.
Mas isso foi um engano. Refere-se plenamente ao futuro, às últimas horas do tempo. Esta é a interpretação dada por Ellen White:
"O assim chamado mundo Cristão deve ser o teatro de ações grandes e decisivas. Homens com autoridade decretarão leis controlando a consciência, conforme o exemplo do papado. A Babilônia fará todas as nações beber o vinho da ira de sua fornicação. Todas as nações estarão envolvidas...
"Haverá um laço universal de união, uma grande harmonia, uma confederação de forças Satânicas." – Manuscrito 24, 1891.
Esta interpretação traz estes versos finais deste capítulo em harmonia com a parte precedente. Nós podemos ver agora este capítulo inteiro em seu contexto próprio e compreender sua importância no trabalho evangélico final no próprio fim do "tempo do fim", o "tempo de angústia, como nunca houve, desde que houve nação até aquele tempo" (Daniel 12:1, R.S.V.).
Como já afirmamos, dois eventos prévios eram tipos, em pequena escala, deste caos universal final e anarquia – os últimos dias do cerco de Jerusalém sob Tito, e o período conhecido como de terror Vermelho em Paris durante a Revolução. Quando todas as restrições da lei civil e decência social se for, quando o ódio e as paixões violentas elementares reinarem supremas, quando cada um estiver determinado a ter seu próprio caminho sem consideração qualquer aos desejos ou aos direitos dos outros, quando todos igualmente estiverem completamente sob controle demoníaco – pode alguma coisa mais horrível ser imaginada?
Os passos sucessivos que levam a este clímax final:
1. A presente apostasia contra o Gênesis, já quase universal na Europa e na América, está preparando o caminho para o triunfo do Romanismo.
"Assim a falsa ciência da atualidade que mina a fé nas Escrituras Sagradas, mostrar-se-á tão bem-sucedida no preparar o caminho para a aceitação do papado com seu formalismo aprazível, como o fez a retenção do saber ao abrir o caminho para o seu engrandecimento na Idade Média" – O Grande Conflito, p. 573.
2. A crise para o povo de Deus vem quando todos os governos civis do mundo cristão, seguindo o exemplo da América protestante, exigem que os observadores do sábado conformem-se na observância do mesmo dia de culto como o resto do mundo. Sua recusa de conformação traz penalidades culminando no decreto final de boicote universal e completa ilegalidade.
3. Deus intervém no último momento crítico, mas deixa seu povo aparentemente abandonado aqui na terra um pouco mais entre seus inimigos furiosos, como uma exibição diante do universo que vê o que seus servos fiéis podem suportar com Sua graça fortalecendo-os.
4. Todas as forças latentes de anarquia e caos social então tomarão posse em toda a parte, e o mundo inteiro testemunhará cenas de terror semelhantes aos últimos dias do cerco de Jerusalém por Tito e o Terror Vermelho da Revolução Francesa.
"Satanás mergulhará então os habitantes da Terra em uma grande angústia final. Ao cessarem os anjos de Deus de conter os ventos impetuosos das paixões humanas, ficarão às soltas todos os elementos de contenda... Há agora forças preparadas, e que aguardam apenas o consentimento divino para espalharem a desolação por toda parte". - Ibid., p. 614.
Estas condições serão universais sobre toda a terra. As sete últimas pragas estarão prevalecendo – mesmo as regularidades da lei natural parecerão ter vindo a um fim, e a natureza parecerá ter-se tornado louca.
Durante estas horas temíveis o povo de Deus, espalhado aqui e ali sobre toda a terra, estará vivendo no meio deste caos e desintegração da natureza, sem nenhum Sumo Sacerdote oficiando para interceder por eles, mantidos apenas por sua fé nas promessas certas de Deus.
"Deus é nosso refúgio e fortaleza, socorro bem presente nas tribulações. Portanto não temeremos ainda que a terra se transforme e os montes se abalem no seio dos mares; ainda que as águas tumultuem e espumejem, e na sua fúria os montes se estremeçam" Salmo 46:1-3
"Caiam mil ao teu lado, e dez mil à tua direita: tu não serás atingido. Somente com os teus olhos contemplarás e verás o castigo dos ímpios." Salmo 91:7, 8.