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Um Messias judaico-americano

Por Vanderlei Dorneles

A estratégia preventiva dos EUA para conter o terrorismo está apoiada numa visão messiânica do futuro e aponta para uma retomada da intolerância.

Uma das advertências mais atuais para os últimos dias é dada pelo apóstolo Paulo. Ele exorta os cristãos fiéis a não se perturbarem nem se deixarem iludir por um eventual anúncio da volta de Cristo. Sua recomendação é que ninguém deixe sua maneira de esperar o Messias por causa de uma notícia dada por “carta” ou por algum “espírito” como se o dia do Senhor já tenha chegado (ver 2Ts 2:1-2).
A preocupação do apóstolo é com a manifestação do Anticristo, que pretenderá fazer parecer que Cristo veio. Paulo o chama de “filho da perdição” e diz que este se colocará no lugar de Deus, fará sinais e prodígios, a fim de receber culto (2Ts 2:3-12).
Considerando o que ele dissera acerca da volta de Cristo a esses mesmos crentes na primeira carta, a diferença que fica evidente entre Cristo e seu imitador é que o segundo vai descer os pés na terra e anunciará aqui o seu reino. Cristo, o verdadeiro, receberá nas nuvens os seus eleitos, não chegando a pisar sobre a terra, antes do milênio (ver 1Ts 4:13-18).
O motivo da exortação é deixado claro em 2Ts 2:3, onde Paulo diz que o dia da volta de Cristo não ocorrerá sem que antes venha o Anticristo, o imitador, que será recebido certamente pela maioria dos habitantes do planeta Terra como sendo o Cristo.
Um ponto-chave para a identificação de quem é o Anticristo, neste texto, e para distingui-lo de algum outro personagem importante da história, é a frase final do verso 2, de 2Ts: “supondo tenha chegado o Dia do Senhor”. A maneira como o Anticristo será anunciado fará as pessoas acreditarem que se trata do cumprimento da promessa da volta de Cristo. Paulo quer indicar também que a maneira da volta de Cristo e o modo como se dará “nossa reunião com ele” (2Ts 2:1) é na verdade o motivo de sua advertência.
Neste artigo procuro levantar algumas indicações de que o acontecimento referido pelo apóstolo pode já estar sendo vislumbrado e mesmo anunciado, no contexto da guerra americana contra o terrorismo e as forças hostis do islamismo. Quero sugerir também como as estratégias adotadas pelo governo americano após o fatídico 11 de setembro, sinalizam na direção de um regime da intolerância e mesmo de possível perseguição àqueles que eventualmente se colocarem à margem do apoio irrestrito às pretensões da Nova Ordem Mundial. Antes desses dois itens, porém, quero lembrar alguns fatores que mostram que os Estados Unidos se tornaram o maior poder econômico e político mundial.
Os Estados Unidos atravessaram o longo século 20 como a nação mais bem sucedida em quase todos os quesitos de análise, projetando-se como um verdadeiro império mundial. Eles venceram a Segunda Guerra Mundial, liderando os países aliados, numa derrota completa sobre o nazismo. No desfecho da Guerra Fria, os americanos desintegraram a antiga União Soviética, pavimentando o Leste Europeu para a democracia e para o capitalismo ocidental.
Com a revolução tecnológica, eles também conseguiram larga vantagem econômica e cultural. A maioria dos equipamentos tecnológicos e informatizados é vendida por eles, embora boa parte seja produzida fora do território americano. A maior parte do conteúdo ideológico e cultural transmitido através das produções cinematográficas e da rede de computadores dá suporte e privilegia o modo de vida americano.
Com tudo isso, os americanos que somam apenas 5% da população mundial detêm nada menos que um em cada três dólares de toda riqueza do planeta. Eles consomem 33% de toda energia produzida na Terra. Compram e consomem 25% de todo produto industrializado. São donos de 244 dos 500 maiores grupos empresariais de todo o planeta. Das pouco mais de 400 pessoas que possuem acima de um bilhão de dólares no mundo, 254 delas estão nos EUA.
O presidente americano George W. Bush, porém, quer mais. Ele e os falcões que integram seu governo desejam consolidar os Estados Unidos como o isolado Império Mundial. A última guerra, contra o regime da Saddan Hussein, ofereceu elementos muito claros para essa análise.
Desde quando os Estados Unidos como nação têm essa pretensão imperialista e em que ela está fundada? Existe alguma base religiosa-utópica para o projeto de poder que os Estados Unidos desenvolveram para o mundo?
A expressão Nova Ordem Mundial, como diz Clifford Goldstein, tem sido usada há muito tempo, em diferentes contextos e com sentidos variados. Já foi usada até mesmo para indicar que o socialismo seria uma pretensa nova ordem mundial para substituir a ordem cristã. No entanto, o uso mais sugestivo da expressão foi feito pelo então presidente americano George Bush, no início dos anos 1990. A nova ordem, para ele e para os religiosos conservadores republicanos, aponta para uma realidade mais objetiva, que expressaria um mundo novo, construído sob a influência direta dos EUA e com base em seus valores políticos, religiosos e culturais.
Talvez a mais antiga incidência do termo Nova Ordem Mundial tenha ocorrido por ocasião da independência dos EUA, em 1776. A expressão está estampada na cédula de um dólar, abaixo do símbolo da maçonaria, com o olho que tudo vê, escrita em latim: “Novus Ordo Seclorum”. O ideal de um regime mundial alicerçado nos valores americanos, na verdade, existe desde os primórdios da Nação, mas tornou-se um projeto após sua independência. O uso da expressão, com tanto fervor, pelo presidente George W. Bush, e por seu pai, quando presidente americano, somado à associação da expressão com o símbolo da maçonaria na cédula de um dólar, pode sugerir que, nesse ideal, a maçonaria e os evangélicos americanos estão alinhados.
De qualquer forma é no governo do Bush filho, após os atentados de 11 de setembro de 2001, que o ideal e o projeto de uma Nova Ordem se materializa, na política americana. O presidente americano divulgou no dia 20 de setembro de 2002, o que passou a se chamar “Doutrina Bush”, oficialmente a Estratégia de Defesa do Governo Bush, um documento que todo presidente americano apresenta ao Congresso. Esse documento afirma que os Estados Unidos passariam a adotar a estratégia de ataques preventivos no combate aos terroristas e possíveis inimigos. Os americanos dizem literalmente que, quando os interesses e a segurança da América estiverem em questão, “não vamos hesitar em agir sozinhos”, referindo-se a uma independência em relação aos aliados e à própria ONU. Diz ainda que “o presidente dos EUA não pretende permitir que qualquer potência estrangeira diminua a enorme dianteira militar assumida pelos EUA desde a queda da União Soviética”. Noutro trecho afirma: “Nossas forças terão poder suficiente para dissuadir potenciais adversários de empreender uma escalada militar na esperança de igualar, ou mesmo superar, o poder dos EUA”. O trecho mais crucial do documento tem a ver com a estratégia preventiva: “Quanto maior a ameaça, mais forte o argumento para tomar medidas antecipatórias para nos defender, mesmo se há incertezas sobre o momento e o local do ataque inimigo. Para evitar esse tipo de atos hostis de nossos adversários, os EUA vão, se necessário, agir preventivamente” (documento disponível em 21 de setembro, em www.whitehouse.gov/nsc/nss.pdf).
Curiosamente, um documento de conteúdo semelhante tinha sido apresentado em 1992 pelo então secretário de Defesa do governo americano Dick Cheney ao então presidente George Bush (o pai), que esperava ser reeleito. Curiosamente, Cheney é hoje o vice-presidente do governo de Bush filho.
O fato é que oficialmente as intenções da Nova Ordem já estavam amadurecidas no início da década de 1990, e seus termos tinham sido codificados pelo governo Bush. Esses planos ficaram incubados durante os oito anos de governo do democrata de Bill Clinton. Com o retorno dos republicanos ao poder, no ano 2001, o plano poderia ser colocado em execução. Faltava, porém, um motivo legitimador para uma estratégia tão agressiva. Os atentados do 11 de setembro (2001) serviram como uma luva para essa legitimação. O mundo inteiro ficou sensibilizado com a queda das torres gêmeas e com a morte de mais de 3 mil pessoas. A maneira como o acontecimento foi divulgado e explorado pelos meios de comunicação ao redor do mundo proveu a abertura necessária junto à opinião pública para a ação militar americana em função da Nova Ordem. A imagem das torres em chamas foi mostrada e reprisada em cores vivas, encerrando o telespectador mundial, ao longo de meses, diante de uma sólida mensagem de legitimação. A imagem incorporava dois enunciados subliminares bem consistentes: (1) o terrorismo é o maior inimigo da civilização e dos EUA e (2) é legítima toda ação para destruí-lo.
Após o 11 de setembro, portanto, ficou pavimentado o caminho para a Nova Ordem e para a realização do projeto de poder dos EUA. Tal é o significado do 11 de setembro que toda análise dos fatos mundiais e do futuro do mundo, a partir dele, deve levar em conta o seu impacto. Mesmo que o governo republicano de Bush venha a ser substituído pelos democratas nos próximos anos, a ação preventiva não deverá cessar porque os últimos ataques americanos ao Iraque certamente ampliaram o ódio do mundo islâmico contra a América capitalista. Se os EUA recuarem na investida imperialista poderão se tornar mais vulneráveis ao terrorismo.
A guerra contra o Iraque, desferida sem a aprovação das Nações Unidas, foi motivo de análises e conjecturas em todo o mundo. Em artigo publicado pela Folha de S. Paulo, o filósofo esloveno Slavoj Zizek disse que o mundo está “no meio de uma revolução silenciosa” na qual as regras não-escritas (da democracia e dos direitos humanos) estão mudando ou sendo superadas. Sobre a sociedade que vai emergir dos escombros da guerra contra o terrorismo desferida pelos EUA, Zizek indica que ela certamente deverá retomar a intolerância e o autoritarismo, por pouco relegados ao passado primitivo da civilização.
As razões da guerra, ou a falta de razões aceitáveis, são o ponto crucial desse tipo de análise. Os americanos alegavam que o governo de Saddan tinha armas químicas e biológicas de destruição em massa. As armas não foram ainda encontradas. O norte-americano Scott Ritter, que dirigiu as equipes de inspeção da ONU, encarregadas de desarmar o Iraque entre os anos 1993 e 1998, afirmou em entrevista à revista Época que essas armas não existem por que foram destruídas, sendo que, até o ano de 1998, 95% delas estavam desfeitas. Segundo Ritter, o propósito real da guerra é a ampliação do “imperialismo americano” e a “implantação de uma nova doutrina no mundo”, segundo a qual quem deve decidir as questões internacionais não é mais a ONU, mas os EUA.
Se a guerra não possui justificativa convincente na questão das armas químicas ou no petróleo, qual foi então sua motivação principal? Devemos questionar ainda em que consiste exatamente o projeto de poder mundial do governo Bush. O que ele pretende? De onde vem sua força? Como uma nação pode colocar parte significativa de sua economia num projeto de guerra que se volta hoje contra diversos outros países? Antes mesmo de terminar a guerra no Iraque, os chefões do Pentágono alertaram o Irã, a Síria e a Coréia do Norte, afirmando que eles precisam aprender a lição dada em Saddan.
Provavelmente a motivação maior dessa guerra e da própria política imperialista americana seja algo que foi tratado apenas superficialmente pelos meios de comunicação no Brasil – uma “utopia” religiosa, entesourada na crença evangélica americana.
Sabe-se que George W. Bush e seus assessores diretos são religiosos evangélicos. O governo Bush levou, segundo reportagens da News Week e de Veja, uma atmosfera religiosa à Casa Branca, que atualmente tem hora para orar e para ler a Bíblia. O próprio presidente americano afirmou que a guerra contra Saddan era um confronto do bem contra o mal. Logo após os atentados de 11 de setembro, ele disse ter convicção de ter sido chamado por Deus para uma tarefa decisiva.
Para entender os ideais desses religiosos que controlam o poder da maior nação do planeta, é preciso saber que eles têm uma esperança e uma expectativa futura, de natureza religiosa. Eles crêem que Jesus Cristo vai voltar à Terra para fundar um reino terreno eterno. Nessa esperança, estão aliados os evangélicos de orientação dispensacionalista (que interpretam as profecias escatológicas à luz do Antigo Testamento) e judeus que aguardam a vinda do Messias libertador. Ambos os grupos entendem que o Messias vai descer em Jerusalém, no monte das Oliveiras, de onde será anunciado a todo o mundo.
O momento atual se reveste de extraordinária importância para esses religiosos porque eles crêem que os tempos messiânicos se iniciaram com a restauração do Estado de Israel. Crêem também que o reino de Deus, a ser estabelecido pelo Messias tem uma dimensão terrena, ou seja, será realizado nesta terra e com a colaboração dos seres humanos. Os seres humanos precisam preparar o caminho do Messias. A restauração do Estado de Israel (1948), pelos aliados após a Segunda Guerra, e a manutenção do apoio incondicional dos EUA a Israel devem ser entendidas dentro dessa perspectiva e dessa esperança que une judeus e americanos, crentes na breve vinda do Messias.
Reportagem da revista Veja de 26 de fevereiro afirma que a vertente evangélica em que Bush se apóia crê que a recriação do Estado de Israel é um sinal messiânico. A volta dos judeus à Palestina seria o primeiro passo no cumprimento dos tempos messiânicos prometidos no Antigo Testamento. Eles religiosos entendem também que, antes do Messias, vem o anticristo, que pode ser Bin Laden, Saddan, etc, cujo objetivo é dificultar ou impedir o estabelecimento do reino messiânico. O governo Bush é orientado por essa esperança, segundo a qual a vinda do Messias está próxima, mas depende da ação humana no sentido de preparar esse reino e de garantir as condições de sua instauração. Nesse sentido, a guerra é santa e os guerreiros são instrumentos divinos para eliminação de todo poder opositor. Reportagem da revista Época, de 31 de março, informou que outra crença da vertente religiosa da direita americana é que a vinda do Messias poderá ser apressada pela reconstrução do templo de Salomão. Mas para isso os americanos teriam de derrubar a mesquita de Al-Aqsa. A simples existência dessa idéia estremece o mundo islâmico.
Essa dimensão religiosa da Nova Ordem é capaz de atribuir um significado convincente à ação intolerante dos americanos. A esperança messiânica explica a relação incondicional dos EUA com Israel e justifica o empenho fervoroso de Bush na guerra contra o terrorismo. Na verdade, esse fato revela que existe uma utopia, uma esperança futura positiva, que sustenta os ideais da Nova Ordem. Uma utopia forte sempre foi a motivação de ações fervorosas e revolucionárias, como no caso da Revolução dos Sovietes, em 1917, com a utopia comunista; do Nazismo, com a utopia de uma “raça pura”. O reino messiânico, a ser consolidado no futuro, com a colaboração dos americanos, preparando a vinda do Cristo, parece assumir o papel de uma utopia, forte o suficiente para motivar o projeto da Nova Ordem Mundial.
Feitas essas considerações, devemos questionar sobre qual será a situação daqueles que descrêem desse reino messiânico conforme vislumbrado pelos evangélicos americanos e judeus. Como serão qualificados eventuais cristãos que não compartilharem dessa mesma expectativa acerca da forma como o reino de Deus será estabelecido? Talvez mais necessário ainda seja saber se esses cristãos eventualmente poderão ser comparados ou confundidos com os terroristas islâmicos.
Após a guerra contra o regime dos talibãs, no Afeganistão, o presidente Bush disse que “há outros terroristas que ameaçam os Estados Unidos e nossos amigos e existem outros países dispostos a patrociná-los”. Ele alertou ainda:  “Não teremos paz enquanto não forem derrotados”. Poucos meses após os atentados de 11 de setembro, a CIA já havia prendido 360 suspeitos de terrorismo em vários países do mundo, buscando chegar às organizações terroristas. Vários focos suspeitos foram localizados ao redor do mundo.
A guerra contra o terrorismo levou à criação de tribunais militares especiais para julgar estrangeiros acusados de terrorismo, mediante decreto do presidente George W. Bush, no dia 17 de novembro de 2001, medida considerada a mais dura e mais delicada dessa empreitada americana. A revista Veja informou que, os presos suspeitos “ficam sob controle do Departamento de Defesa, nos Estados Unidos ou em outros países, sem acesso a nenhuma instância da Justiça regulamentar”. Se forem condenados por dois terços dos integrantes do tribunal, os presos estarão sujeitos a execução sumária. A revista dizia na época que “o presidente dos EUA tem sido acusado de assumir poderes ditatoriais para encarcerar e executar cidadãos estrangeiros”.
Esses tribunais, aliados à estratégia de defesa preventiva, sugerem que a Nova Ordem poderá instaurar um regime de severa intolerância. É cedo para dizer que a simples discordância dos ideais da Nova Ordem e do esperado reino messiânico seja motivo suficiente para que certos religiosos cristãos venham a ser tratados eventualmente como os terroristas.
Mas não se pode esquecer o acentuado pragmatismo americano. Eles querem derrotar os terroristas antes de eles agirem. Nos anos 1990, quando baixaram os números da criminalidade e da delinqüência nos EUA, a liberação do aborto foi considerada uma decisão acertada. Algumas pessoas afirmaram que, com o aborto, os americanos passaram a matar os criminosos antes que eles nascessem. Cheios de estatísticas, os americanos já haviam descoberto que a maioria desses delinqüentes vinha de gestações indesejáveis.
Será possível que o pragmatismo americano venha a sugerir também a estratégia de eliminar futuros terroristas antes que eles se tornem terroristas? Quem seriam essas pessoas? Grupos religiosos que têm crenças parecidas com aquelas defendidas pelos terroristas islâmicos, que consideram os EUA o grande Satã?
Como os americanos considerarão alguma denominação religiosa, que sediada em Washington, afirma que Estados Unidos são a segunda besta do Apocalipse? Esse conceito não é bastante parecido com a idéia que os islâmicos mantém acerca de Tio Sam? O livro O Grande Conflito, de Ellen White, afirma claramente a identidade dos EUA com a segunda besta do Apocalipse, na página 584.
Esse livro revela, apoiado nas palavras do apóstolo Paulo, em 2Ts 2, que o próprio Satanás imitará a vinda de Cristo, e receberá o culto dos seres humanos. Ele se manifestará com certa medida de glória e procurará recomendar seu reino a todos os seres humanos (ver O Grande Conflito, 593 e 629). Diz ainda que “quando a proteção das leis humanas for retirada dos que honram a lei de Deus, haverá, nos diferentes países, um movimento simultâneo com o fim de destruí-los. [...] Resolver-se-á dar em uma noite um golpe decisivo, que faça silenciar por completo a voz de dissentimento e reprovação” (O Grande Conflito, 635). Essas predições indicam que a intolerância da “besta” chegará ao ponto de pretender silenciar mesmo aqueles que manifestam reprovação e discordância só por sua voz.


Pode estar se tornando intrigante o que o jornalista Clifford Goldstein escreveu no livro O Dia do Dragão, na página 11, quando afirma que o livro “O Grande Conflito sem dúvida desencadeará uma tempestade de perseguições” contra os que discordam do que está sendo defendido e realizado pelos americanos.
Os americanos poderão num futuro próximo detectar grupos em todo o mundo que mantêm crenças negativas acerca dos Estados Unidos. Dentro de uma estratégia preventiva, esses grupos fundamentalistas poderão ser qualificados como terroristas potenciais. Pois, embora sua postura não seja suspeita, suas idéias são. Levada ao extremo, a estratégia de defesa preventiva apoiada numa visão pragmática poderá fazer os americanos entender ser mais adequado cuidar dessas pessoas antes que elas se tornem terroristas de fato.
Isso é uma especulação. E, de fato, seria apenas especulação se já não estivesse profetizado que a “besta de chifres de cordeiro e que fala como dragão” (conforme Apocalipse 13) irá condenar à morte aqueles que optarem por obedecer a Deus em vez de seguir a besta.
Os acontecimentos dessa guerra contra o terrorismo, iniciada após o 11 de setembro, poderão passar para a história como novos passos trôpegos da civilização. Pode acontecer de essa guerra finalizar-se nos próximos anos, sem nenhum messias se apresentando ao mundo. Que ela possa terminar nos eventos preditos no Apocalipse 13, pode de fato ser apenas uma especulação. Todas essas possibilidades, porém, não nos devem fazer esquecer as palavras de Cristo: “Vigiai [...] porque não sabeis o Dia. [...] Ficai também apercebidos; porque numa hora em que não penseis virá o Filho do homem” (Mt 24:42-44).