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A Presciência Divina: Relativa ou Absoluta?


A doutrina da presciência divina tem sido marcada por vários conflitos ao longo da história do cristianismo. Já no início do século V, encontramos a controvérsia pelagiana, na qual, de um lado estava Agostinho, defendendo a doutrina da predestinação e da "graça divina irresistível", e do outro, Pelágio e Céstio, superenfatizando a "liberdade da vontade humana". [1]

Durante o período da Reforma dos séculos XVI e XVII, podemos salientar que, mesmo entre os adeptos da Confissão de Augsburgo (1530), houve por algum tempo desacordo entre alguns teólogos sobre a questão "da eterna presciência e eleição de Deus". [2] Porém, como ponto culminante, podemos considerar a reação que o calvinismo produziu especialmente na Holanda, e que envolveu os Países Baixos protestantes.

A maior expressão dessa reação encontramos em Jacó Arminius (1560-1609) e seus discípulos, cuja doutrina é conhecida como arminianismo. Essa controvérsia assumiu caráter político e intensificou-se a tal ponto que, num sínodo nacional em Dort (1619), p arminianismo foi condenado, e um de seus defensores, João van Odenbarneveldt, foi decapitado em 13 de maio de 1619, e Grotius, condenado à prisão perpétua, muito embora conseguisse fugir posteriormente. [3]